«Distante Claridade» é uma radiografia sonora sobre como tem sido a
minha vida espiritual neste segundo ano de pandemia, como também uma exposição confessional de toda a minha indignação, revolta,
fúria e melancolia, como também de momentos mais luminosos e pacíficos.

Só que, ao invés de palavras, exploro as cordas de minhas guitarras acústica eelétrica, as de um contrabaixo, ou as teclas de um piano (gravadas num período mais antigo em relação à maioria das faixas, mas não menospertinente em termos de revolta sonora). É um álbum que não deixa de ter preocupações políticas bastante íntimas, expostas mais claramente nos títulos de cada peça, que fazem alusões a circunstâncias que me despertaram uma vontade de me mover e de sensibilizar as pessoas. (Quem for brasileiro, poderá perceber isso com mais nitidez.) Contudo, é um álbum permeado de muito isolamento, mas também de acústica. Silêncios são mais ouvidos aqui.

As duas faixas finais, com Scalassara Prando e Inês Terra, são um
contraponto, como também um complemento à jornada. Os sonhos deram lugar a um despertar mais reflexivo sobre a realidade e seus desafios mais prementes. A música tem sido necessariamente instrumental em meio a um momento de imensa incomunicabilidade. Entretanto, venho a dizer que há de haver novas auroras para se despertar, apesar da tamanha distância de sua claridade.

«Distante Claridade» («Distant Clarity» in Portuguese) is a sound
radiography about how has been my spiritual life after those two pandemic years, as well as a confessional exposure on all of my indignation, revolt, fury and melancholy, as well as lighter and more peaceful moments.

However, instead of words, I explore the strings of my acoustic and electric guitars, of an electric bass, or the piano keys (which were recorded in an older period compared to the majority of the tracks, but no less pertinent in terms of sound revolt). It is an album that arouses quite intimate political concerns, exposed more clearly in the titles of each piece, which allude to the circumstances that inspired me a desire to move and to raise awareness to the people. (Anyone who is Brazilian will be able to perceive that more clearly.) However, it is an album permeated with a lot of isolation, but also with lots of acoustics. Silences are more heard here.

The final two tracks, with Scalassara Prando and Inês Terra, are a counterpoint, as well as a complement to the journey. Dreams gave way to a more reflective awakening about reality and its most pressing challenges. The music has been instrumental in the midst of a moment of immense incommunicability. However, I come to say that there will be new dawns to wake up, despite such distance from its clarity.
George Christian